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Mostrando postagens de 2010

Olhos que mal enxergam o mundo

Eu vejo o que os olhos alheios insistem Em não querer ver. Eu vejo o ruído da dor. Eu vejo o mundo emudecer Por querer ter a Tudo Ao invés de ser. Vejo a tarde que parte, O frio que invade, O tempo que bate em minha porta Apressando o Tudo a se findar. Os seus olhos veem aquilo que eles querem ver Eles mal enxergam o mundo, inclusive a você.

Um gosto amargo

O que ela mais temia lhe sobreveio. A solidão não poupou os meios de sentir-se só. A vida, agora, é em função dos seus pensamentos: Síntese de tristeza e dor. Nem o tempo é capaz de curar a sua ferida, Pois ele mesmo é o maior causador. O passar do tempo petrifica seu coração E produz um gosto, um gosto amargo. Cansou de ser só, Tão somente só Consigo mesma
O teu grito, ouvi As tuas lágrimas, vi As tuas dores, senti E se, para você, não corri Era porque eu padecia, mesmo que distante, junto a ti.
Como pode ser meu E não ter total posse? Eras livre Enquanto eu pensava que tu estavas Em minhas mãos, As quais hoje atrito Já que não posso sentir o calor das tuas.                                                         ( 09.07.2010 / Jêh Niz )

Dívida

Ah, como eu queria te encontrar outra vez Para aniquilar a dívida de encorajem que cometí contra ti. Certamente minha face sorriria E esse poema, em lágrimas, não iniciaria. Seria encorajem ou medo de se entregar? Seria insegurança ou receio de se arriscar? O meu silêncio denuncia meu desejo de te querer, De te amar.                                                                ( 06.07.2010 / Jêh Niz )

Confidências

Quando o orvalho rompeu o horizonte Eu já me punha em pé Buscava os teus olhares distantes Para acalentar a minha fé De que estás por perto Conjugado em uma canção, um verso Metaforicamente inverso Da sensação de está em um deserto. Se estás longe, Em um relento lugar, Trate de me esperar onde O sol insiste em repousar Para que assim não esconda a tua luz Que incendeia, seduz E recai sobre mim. Mas se estás próximo, Nos arredores daqui, Não tarde a vir Basta um pequeno gesto Para que eu corra para ti. Ô calamidade essa a minha de esperar-te! Tratarei de por um fim - Que ingenuidade da minha parte - O meu reverso és tu Mesmo sem nunca fitar-te E a direção que vens não saber Ao longe reconhecerei teus olhos E o meu coração será só de você. ( JêH Niz - Junho 2010 )

" Se conselho tivesse valia, ninguém dava, vendia "

Nesses últimos dias, algo vem me impulsionando a escrever. Consultei o íntimo em busca de promover à escrita, pórem as palavras chegaram à mente imprecisas. Tenho observado as pessoas e notei que umas caminham, outras rastejam, mas ambas carregam fardos. Todas estão cansadas, exaustas. O trabalho vem consumindo seu tempo - isso no que se refere à disponibilidade deste - e roubando o seu vigor. Elas estão tão entretidas nesse joguinho quanto se distrai uma criança. Abra seus olhos! Não deixe que instantes preciosos sejam levados pela correnteza por causa de sua insensibilidade a percebê-los. Há momentos que trabalho algum substitui o prazer de senti-los; pois valem mais, bem mais que dinheiro. São pequenos  instantes, são riquezas que o dinheiro não compra. Viva a sua vida da melhor forma. Escreva a sua própria história de acordo com a sintaxe e a morfologia da Língua. E assim você não se queixará de uma vírgula que não foi posta. De sua amiga: Jêh Niz

Vestígios

Não existem dois iguais, Apenas traços do meu eu em você. E ainda que se vá o sentimento, Trarás consigo marcas que, Nem o tempo, petrificará. Sou a eterna lembrança que carregas em teus ombros. Não como um fardo, mas como um doce descanso. ( Jêh Niz - 02.06.2010 )

Figuras de construção

Palavras: com elas constroem-se castelos, desfazem-se muros, refazem-se elos. São códigos que transcrevem a alma, o estado de espírito. São bálsamos que refrigeram em meio à tormenta; chuva serôdia que recai sobre a terra. Um substantivo? Refúgio. Sim, é como um refúgio em tempos de crise. Palavras como Pontes de Hidrogênio, a Função que tende ao infinito, a Força Eletromotriz! Elas exprimem emoção quando a voz emudece. Sensibilizam quando fogem os sentidos. Seriam elas pequenas? Seriam palavras apenas avulsas, lançadas ao vento ou contra a maré? Obviamente não! Palavras... supremas na arte de tecer e costurar as almas, na arte de alcançar os corações. Para muitos, complexa. Para mim, completa.

Transitividade

 " Iniciando com uma poesia para aguçar os sentidos " . Transitividade Assim como a terra seca precisa da chuva; A ave, das asas; O peixe, do mar; O lírio, dos campos; A nuvem, do céu; A abelha, da comeia; A borboleta, do casulo; O caminho, dos obstáculos; A rosa, dos espinhos; Um dia quente, de um sorvete; Um dia frio, de um cobertor e um bom livro; O verbo transitivo, de um complemento; Um simples texto, de uma coerência; Dom Casmurro, da casmurrice; Cecília Meireles, da dor, para compor os mais lindos versos; A Física, de Einstein; A combustão, do comburente; As ciências precisam da Filosofia; O mundo precisa de sustentabilidade; O homem, de uma razão para existir. De igual forma eu preciso de Ti! Porque sem Ti, eu sou como um risco. Como um texto sem nexo. Um verbo inconjugável. Um artigo indefinido. Um substantivo inalterável Em grau, número e gênero. ( Jêh Niz - Abril 2010 )

Justificando o substantitvo

Saudação caro amigo e futuro fiel leitor, Inicialmente quero falar-lhe sobre o que levou-me a fazer este blog: minha simpatia pelas palavras. Quem dera eu ter a vocação de saber usá-las. Afinal, é impossível ter o tot al domínio sobre elas, pois são as palavras, seja ela escrita ou falada, que dominam e movem o ser humano. Tratarei agora de justificar o substantivo. De uma vasta galeria de nomes, a escolha de um adjetivo . Por quê? Para intensificar a particularidade dos fatos comuns do cotidiano , tornando-os incomuns para a formação de um cenário reflexivo sobre as coisas simples da vida. Obrigada pela visita. Volte sempre! Abraço.